sábado, 5 de janeiro de 2013

Eu tô querendo cair nos seus braços. Descamisado. Meliante. Eu tô querendo ser aquele violão. Xiitamente, meticulosamente, os olhos opacos, a gasolina e a faísca. Eu quero ser THC na sua boca, quero te tirar pedaço, morar na sua cama, o degradê da gripe, os pés limpos de tão velhos que estamos, a coluna curva na fôrma do sofá. Quero morrer de você, de supetão e batom no nariz. Quero me empanturrar, quero te enciumar, eu e tu. Somos o sossego, o mormaço saindo pela persiana, o céu enorme. O coração louco de pedra, molenga, liquidado, mulherengo e ingrato. Meu lindo. Meu amor. Tenho cá pra mim que agora sim. Agora o banheiro alaga, e mais, você me rouba o lençol todo, a sua silhueta na frente da televisão, que fome, sua boca de homem, você me puxa pela perna, o sorriso comprido, esse tanto de mosquito, a má acostumância se mudou pra dentro de mim. Fica a mansidão, a roxidão, ficamos nós dois. Eu fico esperando a desordem diária de te ver. Eu morro de saudades, de certezas, morro de amor, eu bebo tanto... É efeito da paz. Da impaciência.

Um comentário: