Eu tô
querendo cair nos seus braços. Descamisado. Meliante. Eu tô
querendo ser aquele violão. Xiitamente, meticulosamente, os olhos
opacos, a gasolina e a faísca. Eu quero ser THC na sua boca, quero
te tirar pedaço, morar na sua cama, o degradê da gripe, os pés
limpos de tão velhos que estamos, a coluna curva na fôrma do sofá.
Quero morrer de você, de supetão e batom no nariz. Quero me
empanturrar, quero te enciumar, eu e tu. Somos o sossego, o mormaço
saindo pela persiana, o céu enorme. O coração louco de pedra,
molenga, liquidado, mulherengo e ingrato. Meu lindo. Meu amor. Tenho
cá pra mim que agora sim. Agora o banheiro alaga, e mais, você me
rouba o lençol todo, a sua silhueta na frente da televisão, que
fome, sua boca de homem, você me puxa pela perna, o sorriso
comprido, esse tanto de mosquito, a má acostumância se mudou pra
dentro de mim. Fica a mansidão, a roxidão, ficamos nós dois. Eu
fico esperando a desordem diária de te ver. Eu morro de saudades, de
certezas, morro de amor, eu bebo tanto... É efeito da paz. Da
impaciência.
Minha linda
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