Palpito. Ajoelhada por
cima de você, carimbada pelo corpo todo, eu palpito. Palpito deitada
ao seu lado, sem calcinha, com os olhos nublados de sono, às sete da
manhã. Palpito de pés descalços, te arrastando pelo corredor,
bebendo água, enrolada no cobertor, escorrendo do sofá para o chão,
arrancando a toalha da sua cintura, voltando pra casa com um cachecol
feito de cabelos. Quando sinto o cheiro de praia que você tem atrás
da orelha, me entrelaço nos seus dedos, te ouço cantar, você põe
mão na minha coxa, puxa o meu cabelo, planta uma bananeira, fuma na
janela, completamente perdido, seu quarto bagunçado, uma coleção
de copos sujos na prateleira, te mordo mais do que beijo, sinto um
sopro no peito, um receio, intuição. Sorrio em forma de desafio,
protesto, para calar o medo, para calar o mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário