segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Fortuito,


Palpito. Ajoelhada por cima de você, carimbada pelo corpo todo, eu palpito. Palpito deitada ao seu lado, sem calcinha, com os olhos nublados de sono, às sete da manhã. Palpito de pés descalços, te arrastando pelo corredor, bebendo água, enrolada no cobertor, escorrendo do sofá para o chão, arrancando a toalha da sua cintura, voltando pra casa com um cachecol feito de cabelos. Quando sinto o cheiro de praia que você tem atrás da orelha, me entrelaço nos seus dedos, te ouço cantar, você põe mão na minha coxa, puxa o meu cabelo, planta uma bananeira, fuma na janela, completamente perdido, seu quarto bagunçado, uma coleção de copos sujos na prateleira, te mordo mais do que beijo, sinto um sopro no peito, um receio, intuição. Sorrio em forma de desafio, protesto, para calar o medo, para calar o mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário