quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Do sexo,
Na verdade, da condução
entre cômodos, da respiração alta, dos pés contraídos, do seu
gosto de fumaça, das roupas que são carpete pro seu quarto, da
pausa, do arrepio, do seu arranho que sobe pelas minhas costas, laça
meu cabelo e me deita no colchão, da perduração, dos seus olhos,
da minha cabeça inclinada pra trás, do encaixe, do aperto, do seu
peso em cima de mim, da ritmação, da arritmia, das mordidas, do
suspiro, da moléstia do calor, da sua língua que escorre em mim e
do seu beijo, da sua testa franzida, dos seus dedos me perfurando, do
bloco de fagulhas, dos gritos que vêm do lado de fora da janela, dos
gritos que vêm do lado de dentro, do arqueamento, do sorriso que
corta o silêncio, da repetidagem, das mãos entrelaçadas que se
apertam e soltam e seguram e amarrotam, da cascata de cabelos, dos
joelhos vermelhos, das onomatopéias, do oxigênio dividido, das
testas coladas, do arroubo, do balão estourado, da maré alta, da
reviragem, da avessagem, do ar frio que entra, condensa, do gemido
que sai, do suor entre nossos corpos, da nossa dependuragem pela
janela, dos andaimes, do seu cigarro e do seu outro cigarro, dos
nossos olhos descansados um no outro, do seu beijo no meu nariz, do
seu beijo na minha testa e do recomeço.
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