quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sexta-feira,

Seu cheiro forte de ar-condicionado me toca a garganta, engulo em seco (seu gosto de pavê), meu coração borboleteia, escalo seus pelos eriçados até a lua, fecho os olhos, apuro meu tato, a brisa do seu sopro toca minha nuca, me envolve, seu sorriso estala, sua mão me pesa na anca, a chuva entra pela janela e molha minhas costas, seu beijo, meus dedos, sua barba, meus pés, seus olhos me desnudam, escorre mel pelos meus seios, sua voz me alicia a pele, seu hálito roça meus ouvidos, dos fios do cabelo me sobe uma faísca que vira beijo, vira côr, borbulha, explode, o corpo resfria, a janela bate, meus olhos se abrem, você desaparece.

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