quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Gustavo,

Você me embala n'uma dança ao som de música absolutamente nenhuma, o teto se abre e, acima de nós, a primeira estrela da noite reflete a luz do seu sorriso. Seus dedos gelados desenham uma aurora boreal na minha barriga. A mancha lilás me escorre pela cintura junto a todas as palavras que me faltam e ao espaço vazio entre as minhas orelhas. Meu coração estático, em brasas, meus joelhos estalam ao passo dos meus suspiros e, sempre que nossos olhos se cruzam, um cheiro forte de margaridas. As vezes que piso nos seus pés coincidem com os momentos em que você se põe a carimbar meu rosto com seus beijos. Você prende a respiração; sublima, infla, flutua. Eu prendo minhas pernas ao seu redor, as nuvens arranham de leve minhas costas, levanto fragmentos de Lua com a ponta dos dedos, deitamos, um no colo do outro, das suas mãos em concha você conjura uma gaita (é sempre assim) e me toca a música mais linda do mundo.

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