quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ninguém em particular,

Seu cabelo é todo meio agroselhado e seu beijo tem gosto de amora. Meus dedos se mancham de vermelho quando toco seus lábios. Às segundas seus olhos têm cor de cajá. Espremo um limão maduro neles pra ver de que cor ficam. No reflexo dos seus óculos pareço uma flor em um caleidoscópio. Uma flor com brinco de pérola e saia rodada. Dentro dos seus olhos, agora de ameixa, chovem penas de pavão. Às luas cheias você vira silhueta e exala um cheiro de framboesa. Rôo minhas unhas para banhá-las em sangue e fazer um mar pr'a gente. Um mar gelado com cometas no fundo. E aí a gente se casa em época de pêssego, debaixo de um cobertor com cheiro de orégano. Se é que me entende.

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