quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sexta-feira,


Toda sexta feira você entra pela porta, a luz bate na lente dos seus óculos e, é bonito de ver, reflete de volta em mim, parece que me ilumina toda por dentro. Fico vermelha feito morango maduro, minha mão enxarca e os pés ficam gelados. Às vezes que seus olhos param nos meus, é preciso que eu abaixe a cabeça para engolir o risinho ridículo que me sobe pela garganta, mas, não é por mal, acredite, se eu pudesse, sentaria nos seus joelhos e enrolaria uma mecha do seu cabelo no meu dedo, dando um nó cego.
Me demoro tempo demais com os olhos fechados, imaginando que dali a dois minutos ou três, você vai me segurar pelo braço e deixar meu rosto tão perto do seu que eu só consiga ver as cinco cores dos seus olhos. Só e nada mais.
A essa altura começo a embolar as pernas uma na outra, preciso mesmo é interromper o fluxo da minha corrente sanguínea por um momento, ou então meu coração vai escapolir pelo bolso do meu jeans.
Me falta ar, a respiração falha (falhíssima), e eu suspiro - alto demais. Você finge que não percebe, mas te sobe um sorriso no canto do lábio.

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